À medida que se passa o tempo, acreditamos que melhoramos nossa percepção de mundo, que ficamos mais "experientes". Essa visão não é realista.
Assim como a maioria das situações enveredadas a nós, criamos casulos contextuais de nossa vivência, onde são guardadas emoções, desejos, ensejos e frustrações colhidas e recebidas. Parece que em momento algum paramos para refletir o quão importante elas realmente nos serão, de uma forma geral.
Reprimidos pela "obrigação" do saber substancial e idiossincrático ao tempo, fazemos com que cada instante de nossa fala se torna um regozijar de sabedorias, mesmo que não aceitemos essa definição. À bem da verdade aceitamos sim, mas somos covardes o suficiente para termos coragem de assumir que podemos "estar errados" ou não sermos donos da verdade, por assim dizer.
Esse aspecto não é de todo errado (visto que a palavra covarde remete a não compreensão do termo em si) uma vez que ele permite ao locutor preservar sua significância como um relator de experiências.
Agora, e os ouvintes, como ficam? O ouvinte é o representante desta fase do acúmulo de conhecimento, onde o mesmo tenta discernir o que se escuta e o que realmente se usa, e usará. Aí reside um problema: não ouvimos a maior parte das coisas, e com carga muito menor de bagagem, como sabemos definir o que seria o mais apropriado.
Enfim, talvez não saibamos, pois parece ser impossível tal acúmulo de informação, pelo menos enquanto nos limitarmos ao não acúmulo.
Muito interessante o texto. Uma visão interessante e realista. Gostei. Continue escrevendo.
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